12.10.12

Condomínios e Shoppings vs. Espaço público de má qualidade (negação da cidade)

Atualização no Projeto Livro:

Percebi que o tema de Condomínios e Shoppings estava diretamente ligado ao tema de gestão de espaços públicos. Também me incentivou a adicionar estes dados o recente "incidente do Tatu-Bola" no Largo Glênio Peres, no Centro de Porto Alegre.

Segue abaixo adição à seção:

- Planejadores não tem informação local para entender qual a demanda por parques e praças (onde localizá-los e que tamanho fazê-los)
- Uso de recursos dispersos na sociedade na forma de impostos não responsabiliza tomadores de decisão pela gestão destes espaços, seja dos representantes eleitos como a dos próprios eleitores
- Espaços públicos melhor posicionados e bem cuidados são sempre superlotados: por ser um recurso gratuito ao usuário final e demandado (assim como ruas bem cuidadas, dimensionadas e posicionadas), há uma superutilização do recurso.
- Parques e praças podem produzir externalidades positivas (espaços de manifestação artística, política, encontros, comércio, criação de microclimas, melhoria da qualidade do ar e retenção de água da chuva no caso de parques arborizados), porém também podem produzir externalidades negativas (espaços vazios e perigosos)
- Incentivos urbanos ao automóvel (ver seção trânsito) diminuem trânsito a pé e por transporte coletivo, diminuindo o contato do cidadão com os espaços públicos
- É interessante ter liberdade de manifestação e expressão em espaços públicos, e se reclama muito das restrições a essas atividades em lugares privados, mas o conceito é praticamente utópico. 
- Espaços públicos estão subordinados aos representantes eleitos ou a grupos de cidadãos que exercem influência sobre eles, que normalmente restringem manifestações que acreditam ofender suas crenças.
- É comum proibir manifestações nazistas, racistas, apologia e consumo de drogas criminalizadas, atos sexuais, livre comércio (também chamado de "comércio ilegal"), e atividades esportivas (em espaços não específicos para esta prática) em maioria dos espaços públicos do mundo.
- Provavelmente aqueles que defendem a liberdade de manifestação nestes lugares gostaria de proibir alguns dos exemplos dados acima, apesar das ações não interferirem diretamente na liberdade de outros cidadãos.
- Democracia resulta em decisões tomadas coletivamente através de votos ou através da decisão de um representante eleito através de votos. Em ambos casos há restrição das manifestações em locais públicos.

- Gabinete do prefeito é do estado, mas não é público: tem acesso muito restrito.
- A praça do Central St. Giles, em Londres, ou até mesmo o interior de um café ou um boteco (todos eles negócios privados) podem ser considerados espaços públicos, por serem locais onde qualquer cidadãos se encontram e tem livre acesso.
- Se o cidadão não concorda com a gestão de um espaço público gerido pelo estado, não há o que ele possa fazer mesmo sendo um pagador de impostos: foi uma decisão democrática.
- Se o cidadão não concorda com a gestão de um espaço público gerido por um negócio privado, ele pode deixar de consumir os produtos produzidos por tal negócio.
- Espaços públicos abertos seriam mais facilmente produzidos por indivíduos e negócios privados se as regulações urbanas não encarecessem tanto o preço dos lotes no ambiente urbano.
- Espaços públicos geridos pelo estado historicamente não tiveram participação dos cidadãos: terra era de propriedade dos reis, imperadores e seus aliados.
- Democracia chega mais perto por interferir no processo, mas propriedade privada está muitos passos na frente já que o cidadão tem muito mais liberdade de decisão.

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